Filho, trabalho, marido, amigos… Quando você se torna mãe, a lista de prioridades muda totalmente. E o contato com as amigas acaba ficando para a internet. Essa é a constatação de uma pesquisa feita pela National Childbirth Trust, associação britânica que oferece suporte psicológico a gestantes e pais.
Para a maioria das novas mães, segundo o estudo, o contato pessoal não é tão importante e conversar pela internet é mais prático. “Assim como as crianças precisam de amizades para se desenvolver emocionalmente, as mães devem ter uma interação social”, diz a psicóloga especialista em família, Ana Lúcia Castello, do Hospital Infantil Sabará (SP). Para conseguir se organizar, trate o encontro com os amigos como prioridade, nem que seja uma vez por mês,
Artigo: Revista Crescer (julho/2013)
Palavra da autora
Vendo esta matéria na revista crescer que lia enquanto esperava para passar com minha filha mais nova numa consulta de rotina ao pediatra, percebi o quanto a gente que é mãe às vezes entra num mundinho só nosso, onde fraldas, mamadas e desafios comuns da maternidade viram prioridade, a ponto de perdermos completamente a noção do que acontece mundo à fora. Eu mesma já me peguei várias vezes nessa situação!
Acontece que é muito importante a gente se esforçar para não deixar isso acontecer, porque a maternidade não pode ser limitante, mas parte de mais uma aba de nossas vidas. A maternidade tende a nos podar nos relacionamentos, começando dentro de casa, com o marido/parceiro, que dirá com as amizades!
Quando fui mãe pela primeira vez, foi um choque emocional muito grande me ver – de repente – presa o tempo todo dentro de casa e “perdendo” a liberdade de ir e vir quando eu bem entendia e – muitas vezes – sem fazer muitos planos; no impulso mesmo. À partir daquele momento em que a Jullia inaugurou meu título de mãe, as saídas precisavam ser tão bem planejadas e tão bem esquematizadas (com hora para sair e voltar, por exemplo), que eu acabava desistindo dos programas sociais e preferia ficar quietinha em casa, porque dava menos trabalho. Resultado: entrei em depressão! Juro, não foi fácil passar por todas as dificuldades da maternidade e ainda por cima estar deprimida…
Tempos depois eu me recuperei e passei a valorizar certas coisas como ter um tempinho, ainda que mínimo no mês, para sair com uma ou duas amigas. Quando não dava para sair, convidava alguém para tomar um café comigo em casa.
Quando engravidei e tive minha segunda filha, a Milena, já estava em tempos de rede social. Santa rede social!!! Salvou meu emocional de passar pelos mesmos problemas de 6 anos antes. Como MÃE PLUGADA, o contato constante pelo chat ou as postagens, me deixou mais próxima das minhas amigas e familiares. Eu quase nem senti a transição, e ainda pude compartilhar muitas coisas da minha vida de mãe com muitas outras mamães. Virou uma forma de me manter emocionalmente bem e uma troca de experiências que me rendeu muito conhecimento sobre mim mesma e minha realidade. Isto que faço através do blog é resultado das maravilhas que uma rede pode fazer por nós mamães em fase de isolamento social, hehehe.
Por isso, não se isolem, não se fechem numa concha. Apesar de muitos problemas que a internet pode trazer, ela também pode ser de enorme valia para o nosso emocional, por conta do constante contato que temos com o mundo lá fora. Mas também não se prenda só a isso! O ideal é que a rede social e a convivência pela internet, não substituam o contato pessoal. Marque pequenas saídas ou convide amigas para um café da tarde em sua casa (caso esteja muito difícil sair). Isso faz um bem danado para a alma e nos liberta de muitos problemas possíveis de acontecer na fase que vai do nascimento até o fim do primeiro ano de vida do bebê, como depressão, fobias, síndrome do pânico e afins. Eu tive tudo isso e posso dizer que é ruim demais! Hoje cuido como nunca para que haja EQUILÍBRIO na minha vida. Minhas filhas são sim importantes demais para mim, mas também cuido para que eu fique bem e esteja saudável emocionalmente para poder cuidar delas da melhor maneira, e a interação social – as amizades por assim dizer – são fundamentais neste processo.
Fica a minha dica.
3 thoughts on “Vida Social de Mãe (só) pela Internet”
Pri Lkt
Acho legal as mamães ficarem conectadas, isso as deixa bem com elas mesmas, já vi pessoas ficarem deprimidas e como disse apesar da net trazer coisas ruins, tbm pode trazer coisas boas 🙂
damarischabuder
acho que isso pode acontecer com mulheres sem filhos também, apenas casadas, me pego as vezes nessa situação.
gabrielabn
Verdade Damaris! Tudo nessa vida é questão de equilíbrio. Se tivermos a capacidade de temperar nossa vida com relacionamentos (físicos e virtuais) na medida certa, muito dificilmente a gente se sentirá sozinho ou isolado a ponto de se deprimir, sendo mães ou não.