Desde que voltei para São Paulo, voltei a fazer terapia. Precisava da ajuda de uma profissional para superar a delicada fase da vida. Uma coisa que nunca entendi é como alguém que nunca prejudicou ninguém, poderia ser vítima de uma mente tão ruim e cruel. Eu remoía isso. Passei a ter pesadelos. Sonhava que era casada e que meu marido me matava, sempre de uma forma cruel, se bem, que não consigo pensar num assassinato sem crueldade. Era só eu dormir, que sonhava com os momentos difíceis que vivi. Quando acordava, assustada, já não pegava mais no sono. Minha psicóloga sugeriu que deveria procurar um psiquiatra, para me medicar. Fui numa psiquiatra que me indicou dois medicamentos, um para a ansiedade e um sedativo, para eu dormir. Com esses dois medicamentos o sono era uma beleza. Podia estourar a terceira guerra mundial lá fora, que eu não acordava. Mas comecei a ficar preocupada com a dependência de medicamentos, quem nem droga, sabe? Então paralelamente a isso, passei, após me exercitar, nadar. Nadava peito, que era o estilo de nado mais relaxante. E batata, isso me ajudou bastante para conseguir pegar logo no sono e não ter sonhos ruins. Mais uma prova que a prática esportiva pode ser melhor que os remédios.