Quem me conhece sabe, aliás, acredito que isso aconteça com a maioria das pessoas. Depois de alguma experiência muito ruim, a tendência é nos fecharmos. Após meu traumático casamento, achei que nunca mais seria capaz de me relacionar com homem algum. Ou que levaria alguns anos para me interessar por alguém. Sempre foi assim que funcionou comigo. Sou uma mulher mais reservada, não saio na pegada e acreditava no amor romântico, escolher ser assim me tornou uma pessoa com menos experiências e consequentemente mais ingênua e menos maliciosa, uma fácil vitima de golpe. E se sempre faço a escolha errada, a culpa não é dos caras, é totalmente minha! E daí que quando cheguei aqui em Nova York coisas aconteceram. Vários convites para o que eles chamam de dating, o que me apavorava. Dating para mim é namoro, ficada, pegada… e minha personalidade puritana sempre entrava no ar! 🙂 Não posso sair para um dating ou ter um speed dating, pode ser um meeting?
No Valentine’s Day, uma espécie de dia dos namorados deles, foi o dia que mais recebi convites. Até fiquei tentada a ver qualé dessa data aqui, mas mais uma vez, senti-me insegura. Quem escolher? O approach aqui é mais ou menos assim. O cara te vê, pode ser no subway, bar, Face Book, escola… e logo pede seu celular. Confesso que aqui passava meu celular com mais facilidade que no Brasil, afinal de contas, não vou ficar com esse numero para sempre e eu queria novos amigos. Daí eles começam te mandar SMS. Estava realmente conversando com vários carinhas ao mesmo tempo, e nem preciso ficar cismada que eles leiam esse post pois nenhum fala (ou lê) português. O próximo passo são as ligações telefônicas. E se tudo ocorrer bem, eles te convidam para um encontro. O encontro aqui para mim é mais romântico, a maioria chama para um café e para saídas mais vespertinas, aliás, tive convite até para café da manhã, é engraçado e meio improvável aí no Brasil. É tudo bem rápido e um pouco assustador para mim. Preciso de mais tempo, para me sentir confiante se pelo menos quero encontrar a pessoa. Nesse meio tempo, alguns desistiam de mim. No worries!
E daí quem escolher? Americanos, indiano, turcos (muitos, meu Deus), russos, húngaro… E eu fui escolher meu primeiro dating encontro com um MARROQUINO! Sim, depois de alguns meses com medo de qualquer pessoa do sexo masculino, resolvi relaxar e dar oportunidade para conhecer novas pessoas. E conhecer novas pessoas não significa casar, namorar ou quiçá beijar. Eu sou bem devagar! E como só fico aqui em Nova York por alguns meses apenas, talvez esteja me prevenindo ficar fall in love por alguém. Fiquei um pouco intimidada, sou super tímida, não sou nativa da língua inglesa, but o encontro transcorreu tudo bem, o rapaz é um cavalheiro, fazia tempo que não via alguém assim. Trouxe presentinho. Após o encontro, falou comigo no mesmo dia, me ligou no dia seguinte e me chamou para sair. Passei pelo teste do dia seguinte! Mas eu infelizmente não pude aceitar o convite, estou um muito homework para fazer da faculdade e tenho que pensar se vou querer algo mais com ele, pois um segundo encontro dá um pouco mais de esperanças a qualquer pessoa, não quero iludir ninguém. Meu primo, que vive aqui comigo disse que inicialmente, num encontro, nenhum homem, ainda que afirme isso, quer somente amizade com a mulher, ele sempre espera mais, a não ser que seja gay. Aliás, foi meu primo que me incentivou a esse encontro, enquanto estava deitada na minha cama, arrependida de ter confirmado o encontro e prestes a cancelar. Meu primo ficou mais de uma hora me aconselhando, como amigo, sabe? E dando sua opinião de homem. Foi muito legal.
Não sei se vou namorar tão cedo, provavelmente não. Mas aceitar um encontro marca um novo ciclo da minha vida e obviamente a abertura para conhecer novos rapazes. Uma Debora mais segura, e ousada, pô, o cara não fala nem o nosso tradicional “obrigada” em português! Somente árabe, francês e inglês, ainda bem! Fiquei feliz comigo mesma e quis compartilhar isso com vocês! Estou quase virando mulher aos 32!
7 thoughts on “Depois daquela viagem”
Diane Lorde
Parabéns para você, de verdade, não acho que tenha que ter medo mas acho sinceramente que tem que viver as experiências que lhe forem apresentadas..
Muito bem!
Torço por você!
Debora Wolf
Obrigada, sei disso, por isso compartilhei a história! Você não tem noção como sou fechada para encontros!
Ana Maria de Souza Buriol
É tentando,que se vai saber…As vezes vale a pena…bjs
Debora Wolf
Com certeza!
Priscila Martino Toninato
Legal, tem que tentar, mas sempre com os pés no chão!Beijos!!
Jane
Parabéns, fico feliz por vc… Permita a aproximação de novas pessoas em sua vida, não se feche para novos acontecimentos, afinal se nada der certo quem sabe fica amizade…. Bjs
Debora Wolf
Pois é, estou aproveitando mesmo e saindo com alguns carinhas! Mas é claro, não fazendo nenhum de idiota! Não é ético!