Li uma matéria muito boa no blog “4 M@es” aqui do WordPress. A autora cita dez armadilhas muito comuns que os pais (inclusive eu, viu…) caem na hora de se relacionar com os filhos e educa-los. Lembrando que o ponto aqui não é o de apontar dedos, mas consciêntizar um pouco mais para que melhoremos nosso modo de encarar o mundo e a forma como o enxergamos e transmitimos isso aos filhos. Para quem ainda não é mãe, já ficam as dicas de como não se faz, hehehe.
ERRO #1: ADORAR A NOSSOS FILHOS
Muitos de nós vivemos em comunidades onde o foco principal é a criança. Estamos cada vez mais colocando-as em primeiro lugar. As crianças adoram isso, claro, porque nossas vidas giram em torno delas. E na maioria das vezes, nós não nos importamos também, porque a sua felicidade é a nossa felicidade. Nos emociona fazer por eles, comprar para eles, e oferecer todo amor e atenção.
Mas é importante ter em mente que as nossas crianças foram feitas para serem amadas, não adoradas. Então, quando nós as tratamos como o centro do universo, criamos um falso ídolo, transformando o bom em fundamental. Ao invés de casas focadas nas crianças, devemos nos esforçar para ter casas focadas na família. Nossos filhos ainda serão amados, apenas de uma maneira melhor, uma maneira que promove o altruísmo sobre o egoísmo.
ERRO #2: ACREDITAR QUE NOSSOS FILHOS SÃO PERFEITOS
Uma coisa que eu sempre ouço muitas vezes de profissionais que trabalham com crianças é que os pais de hoje não querem ouvir nada negativo sobre seu filho. Quando as preocupações são levantadas, mesmo preocupações manifestadas por amor, a reação automática é muitas vezes para atacar. A verdade pode machucar, mas quando ouvimos com o coração e e mente abertos podemos nos beneficiar . É mais fácil lidar com um filho problemático do que reparar um adulto quebrado.
Como um psiquiatra do Children´s of Alabama recentemente disse, a intervenção precoce é fundamental, pois pode mudar a trajetória de vida da criança.
ERRO #3: VIVER DE FORMA INDIRETA ATRAVÉS DE NOSSOS FILHOS
Nós, pais, temos um grande orgulho das nossas crianças. Quando eles têm sucesso, isso nos faz mais feliz do que se tivessemos feito nós mesmos.
Mas se estamos excessivamente envolvidos e investidos em suas vidas, torna-se difícil ver onde eles terminam e nós começamos. Quando nossos filhos se tornam extensões de nós, podemos vê-los como a nossa segunda chance. De repente, não é sobre eles, é sobre nós. Este é o lugar onde a felicidade deles começa a ficar confusa com a nossa felicidade.
ERRO #4: QUERER SER O BFF (Best Friend Forever – Melhor amigo para sempre) DO NOSSO FILHO.
Quando perguntei a um padre para nomear o maior erro que ele vê na criação dos filhos, ele pensou por um momento e então disse: “Os pais não serem pais. Não se imporem diante dos filhos para fazer o trabalho duro” [de educar].
Como todo mundo, eu quero que meus filhos me amem. Eu quero que eles me elogiem e me apreciem. Mas se eu estou fazendo o meu trabalho direito, eles vão ficar com raiva e não vão gostar de mim, às vezes. Eles vão revirar os olhos, reclamar e retrucar, e desejar que tivessem nascido em outra família.
Ser BFF do nosso filho só pode levar a permissividade e escolhas feitas por desespero, porque temos medo de perder a sua aprovação. Isso não é amor de nossa parte, e sim carência.
ERRO #5: ENVOLVER-SE EM COMPETITIVIDADE ENTRE PAIS.
Cada pai tem uma veia competitiva. Tudo o que é preciso para agitar esse monstro em nós é um outro pai dando a seu filho uma vantagem às custas do nosso filho.
Acontece muito nas escolas, as histórias de amizades quebradas e traições.
As crianças precisam trabalhar duro e entender que os sonhos não vem numa bandeja de prata, pois eles têm que suar e lutar por eles. Mas quando nos colocamos em uma atitude “vencer a qualquer custo”, permitindo-lhes jogar qualquer um para chegar à frente, perdemos de vista o caráter.
ERRO #6 : PERDER O ENCANTO DA INFÂNCIA
Outro dia eu encontrei um adesivo da Moranguinho na minha pia da cozinha. Ele me lembrou como sou abençoada por compartilhar minha casa com pequeninos.
Um dia não haverá adesivos na minha pia. Não haverá Barbies na minha banheira , bonecas na minha cama , ou ” Mary Poppins ” no DVD. Minhas janelas vão estar livres de impressões de mãos pegajosas , e a minha casa vai ser tranquila, porque minhas filhas preferirão sair com os amigos , em vez de ficar em casa comigo.
Criar os filhos pequenos pode ser, um trabalho monótono e duro. Às vezes é tão física e emocionalmente desgastante que desejamos que eles sejam mais velhos para tornar a nossa vida mais fácil. Nós também ficamos curiosos para saber como eles serão quando crescerem. Qual será a sua paixão ? Será que os seus dons dados por Deus ficarão claros? Como pais, esperamos que sim, pois sabendo quais os pontos fortes deles poderemos apontá-los na direção certa.
Mas, planejando o futuro , imaginando se o dom do nosso filho para a arte irá torná-los um Picasso, ou se a sua voz melódica irá criar uma Taylor Swift, podemos esquecer de aproveitar o esplendor na frente de nós : crianças em pijamas de pezinho, histórias de ninar, cócegas na barriga, e gargalhadas deliciosas. Podemos esquecer de deixar nossos filhos serem pequenos e apreciarem a infância que lhes é dada.
Para eles, não se trata de ser produtivo, é sobre estar presente. É sobre sonhar grande e espremer o suco da vida. As pressões sobre as crianças começam muito cedo. Se realmente queremos que nossos filhos tenham uma vantagem, temos que protegê-los contra essas pressões. Precisamos deixá-los se divertir e crescer em seu próprio ritmo para que eles possam explorar os seus interesses, sem medo do fracasso e para que eles não se esgotem.
A infância é um tempo para o jogo livre e a descoberta. Quando apressamos as crianças através dela, roubamos-lhes uma época inocente que nunca vai passar de novo.
ERRO #7: CRIANDO A CRIANÇA QUE QUEREMOS, NÃO A QUE TEMOS
Como pais, nutrimos sonhos para nossas crianças. Eles começam quando engravidamos, antes ainda do sexo ser conhecido. Secretamente, esperamos que eles serão como nós, apenas mais inteligentes e talentosos. Queremos ser o seu mentor, colocando nossas experiências de vida para uma boa utilização.
Mas a ironia da parentalidade é que as crianças transformam nossos moldes e os viram de cabeça pra baixo. Eles nascem de maneiras que nunca antecipamos. Nosso trabalho é descobrir o seu dom natural e guia-los nesse sentido. Forçar nossos sonhos sobre eles não vai funcionar. Só quando os vemos por quem eles são nós podemos impactar sua vida poderosamente.
ERRO #8: ESQUECER QUE NOSSAS AÇÕES FALAM MAIS ALTO QUE NOSSAS PALAVRAS
Às vezes, quando meus filhos me fazem uma pergunta, eles dizem: “Por favor, responda em uma frase.” Eles me conhecem bem, pois eu estou sempre tentando espremer lições de vida em momentos de ensino.
Eu quero enchê-los com sabedoria, mas o que esqueço é como meu exemplo ofusca minhas palavras. Como eu lido com rejeição e com adversidade … como eu trato amigos e desconhecidos … se eu critico ou elogio o pai deles …. eles percebem estas coisas. E dependendo do jeito que eu responder lhes dá permissão para agir da mesma forma.
Se eu quero que meus filhos sejam maravilhosos, eu preciso apontar para o maravilhoso, também. Eu preciso ser a pessoa que eu espero que eles serão.
ERRO #9: JULGAR OS OUTROS PAIS, E SEUS FILHOS.
Não importa o quanto estamos em desacordo com o estilo parental de alguém, não nos cabe julgar. Ninguém neste mundo é “tudo de bom” ou “de todo ruim”; somos todos uma mistura de ambos, uma comunidade de pecadores que lutam com diferentes demônios.
Pessoalmente, eu tendo a dar um desconto maior a outros pais quando eu estou passando por um período difícil. Quando meu filho está me testando, eu sou compassiva para com os pais no mesmo barco. Quando a minha vida é esmagadora, eu perdoo outros que deslizam e deixam as coisas cair através das rachaduras.
Nós nunca sabemos o que alguém está passando ou quando vamos precisar de misericórdia de nós mesmos. E enquanto não podemos controlar os pensamentos julgadores, podemos diminuí-los, procurando compreender a pessoa, em vez de tirar conclusões precipitadas.
ERRO #10: SUBESTIMAR CARÁTER.
Se há uma coisa que eu espero acertar com os meus filhos, é sua essência. Caráter, moral, auto-conhecimento…. essas coisas ditam as bases para um futuro feliz e saudável. Eles são mais importantes do que qualquer boletim ou troféu.
Nenhum de nós pode forçar caráter em nossos filhos, e aos 10 anos ou 15 anos, caráter não vai significar muito . Crianças se preocupam com a gratificação de curto prazo, mas nós, como pais, sabemos melhor. Sabemos que o que importa, aos 25, 30 e 40 anos não é o quão longe uma vez eles jogaram uma bola, ou se se tornou líder de torcida, mas como eles tratam os outros e o que eles pensam de si mesmos. Se nós queremos que eles construam o caráter, a confiança, a força e a resistência, é preciso deixá-los enfrentar as adversidades e experimentar o orgulho que se segue quando eles saem mais forte do outro lado .
É difícil ver um filho cair, mas às vezes temos que deixar. Às vezes temos que nos perguntar se intervir é o melhor. Há um milhão de maneiras de amar uma criança, mas em nossa busca para torná-los felizes , vamos ficar conscientes de que às vezes é preciso dor a curto prazo para experimentar ganho a longo prazo”
“Prepare o seu filho para a estrada, não a estrada para o seu filho.”
Por Kari Kampakis
3 thoughts on “Os top 10 dos erros que cometemos na criação dos filhos”
damarischabuder
oi Gabi, sempre leio seus posts.
gabrielabn
Oi Damaris,
fico feliz de saber isso.
Tem algum tema que você gostaria de ver uma materia nesta coluna? Sò falar, pois toda ideia é bem vinda!
Abração.
damarischabuder
Fiz um post ontem acho sobre um documentário sobre a sociedade, mães que saem para trabalhar, mães que deixam carreiras para cuidar de seus filhos, a guerra entre os sexos como um dos motivadores de termos jovens tão perdidos, sem a presença dos pais, a preocupação que todos devemos ter com a licença maternidade que não é o suficiente; o documentário chama ‘ com licença’, dá uma olhadinha no trailer…acho esse assunto muito interessante.
Abraço