As vezes passamos por momentos difíceis na vida, confesso que quem me vê, mas me conhece superficialmente, nunca imagina tudo o que já vivi e que talvez por isso, filmes de terror não me assustam mais. Porque minha história de vida é bem mais assombrosa que qualquer roteiro de horror. Difícil dizer isso, mas é verdade…
Feridas viram cicatrizes e as vezes essas marcas ficam eternas tanto no nosso corpo, como que em nossa alma. Mas graças da Deus, muitos momentos ruins que vivemos, com o tempo tornam-se insignificantes, no entanto, nem por isso, estamos dispostas a vivê-los novamente. Após ler o livro Cuidado! Seu príncipe pode ser uma Cinderela, escrito por Ticiana Azevedo e Consuelo Dieguez, fui alertada que o gaydar ficaria sempre ligado e que depois daquela experiência, acharia que todos os homens da face da terra são gays. That’s true! Lembra da história do rato?
Semana passada conheci um indiano. Ele me chamou para uns drinks no início da noite, num restaurante italiano de Midtown. Estava brigada com o boy e embora estivesse de regime, não poderia comer e nem beber nada, aceitei o convite. Conversamos por horas, sobre Krishna, Índia e tudo aquilo que amo da cultura deles. Ele ficou um pouco impressionado, para ele nenhum ocidental se interessaria tanto pela Índia. Daí ele me pediu em namoro na hora! Sem nenhum beijo, sem nenhum toque de mão… nada! Eu não aceitei, é claro.
Mas o sujeito era bonzinho, então convidei-o para ir comigo e com minha roommate italiana para a balada, após o nosso encontro. Estava com uma camisa fina e uma calça brilhante da American Apparel uma roupa que facilmente iria para balada, ainda mais aqui em Nova York, que todo mundo vai que nem umas piri. Mas ele sugeriu que deveria me trocar, colocar algo mais festivo. Estranhei pra caramba o comentário. Nem tinha intimidade para isso! Chovia muito naquela noite, mas mesmo assim, coloquei um vestido. Confesso que minha roupa anterior estava muito melhor. Daí ele implicou com meu sapato. Expliquei que tinha poucas coisas aqui, e que por isso, não tinha um sapato lindo de night. Ele então disse -amanhã vamos comprar um para você! Eu pensei, esse cara está muito ligado a roupa, deve ser viado, homem não liga para roupa, ou você esta vestida ou pelada.
Conversa vai, conversa vem… ele me contou que tinha um Audi novinho, me mostrou até a foto do carro, com a placa personalizada com o nome dele e tudo mais! Disse-me que seus pais eram muito bem de vida, que ele tinha um ótimo emprego aqui em Nova York. Até aí tudo bem! Na balada, ele comportou-se como namorado meu e da minha amiga, afastando de perto todos os moços que se atreviam aproximar da gente.
No dia seguinte, me chamou para um brunch. Eu novamente aceitei. Passamos em frente a Diesel e ele me disse uma frase, que para mim foi o final de nosso relacionamento: -vou confessar uma coisa para você, tenho um vício… COMPRAS! Na mesma hora quis voltar para casa, mas não podia! Passei parte da minha tarde ouvindo-o falar tudo que tinha e como gastava o dinheiro que ganhava, achando que estava me impressionando, quando estava definitivamente me afastando.
Ando meio desconfiada da masculinidade dos moços, tanto que faço umas perguntinhas básicas para todos que se aproximam de mim, a maioria não me leva a sério. Mas as perguntas são; 1)Você já saiu (ou sairia) com travesti? (Depois dessa pergunta, muitos desconfiam que eu sou uma travesti, acho que pelo meu tamanho). 2)Você aceitaria (ou já aceitou) sair com uma mulher e dois homens? 3)Você assiste (ou acha normal) homem assistir filme pornô homossexual? 4)Você se masturba na parte de trás? 5)Você gosta de beijo grego ou fio terra? Se uma das resposta for SIM eu pulo fora na hora. Acho que com o tempo, vou aprender lidar melhor com essa situação. Tenho muito medo de me ferir novamente, por isso, nem mesmo com o boy vou muito adiante nos meus sentimentos… um dia passa, eu sei que passa!
7 thoughts on “E as feridas que viram cicatrizes…”
damarischabuder
Gostei de uma declaração que vi da Demi Lovato uns dias atrás: “não subestimem minha força, porque eu sou forte”, digo isso à você.
Debora Wolf
Eu sou forte so acho que todo homem é viado rsrs
Mona
Essas cicatrizes nos fazem mais fortes e realistas. Boa sorte por aí :*
Debora Wolf
Verdade moda, muita força! Estamos juntas nessa!
Pingback: O preconceito que a gente vê |
Manu
Olá,
Tive uma experiência não muito legal
Fui noiva de um rapaz bacana que não dava pinta de gay, alguns meses depois de casada descobrir que o indevido me traia com homens, sempre desde do inicio de namoro.
Sabe hoje é muito difícil acreditar que um homem é hetero. Toda vez que estou em um relacionamento que o cara faz algo que eu acho feminino, acabo no outro dia, acho que estou condenada a viver solteira por não acreditar que existem homens heteros e fiéis no mundo.
Realmente não sei o que fazer, pq a gente aceita filho gay, amigo gay, irmão gay, tio gay, agora MARIDO GAY não dá.
Debora Wolf
Nao da, com certeza