O diagnóstico não é fácil, porque muitas vezes a mulher demora para procurar o médico, apesar dos sintomas. Um estudo mostrou que demora de sete a oito anos para se chegar ao diagnóstico correto. A confirmação da doença é feita por videolaparoscopia, com visualização das lesões e com a biópsia mostrando endométrio nas lesões retiradas.
ENTENDENDO A DOENÇA
Todos os meses, o endométrio fica mais espesso para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Quando não há gravidez, esse endométrio que aumentou descama e é expelido na menstruação. Em alguns casos, um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica. As causas desse comportamento ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há um risco maior de desenvolver endometriose se a mãe ou irmã da paciente sofrem com a doença.
É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos.
Hoje, a doença afeta cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis.
Deficiências no sistema imunológico também podem causar a doença, tornando o corpo incapaz de reconhecer e destruir as células endometriais que crescem no lugar errado.
FATORES DE RISCO
Uma mulher cuja mãe ou irmã tem endometriose apresenta seis vezes mais probabilidade de desenvolver endometriose do que as mulheres em geral. Outros possíveis fatores de risco:
- Começar a menstruar muito cedo
- Nunca ter tido filhos
- Ciclos menstruais frequentes
- Menstruações que duram sete dias ou mais
- Problemas como hímen não perfurado, que bloqueia a passagem do sangue da menstruação
- Anormalidades no útero.
SINTOMAS
O primeiro sintoma da endometriose é a dor pélvica, quase sempre associada ao ciclo menstrual. No entanto, mulheres com endometriose costumam dizer que a dor pélvica, durante o período de menstruação, é muito pior do que o normal e vai aumentando conforme o tempo.
Outros sintomas bastante frequentes da doença são:
- Dismenorreia (dores no período menstrual)
- Dor no baixo abdômen ou cólicas que podem ocorrer por uma semana ou duas antes da menstruação de forma cíclica
- Dores nas relações sexuais com penetração
- Dores ao urinar e evacuar
- Sangramento excessivo durante os períodos menstruais
- Infertilidade
- Fadiga
- Diarreia
- Náuseas.
A intensidade da dor não está relacionada à extensão do problema. Pode acontecer da paciente nem ao menos perceber que tem endometriose, nos casos em que a doença não manifesta sintomas. Além disso, muitas vezes os sinais da endometriose podem ser confundidos com os de outras doenças, por isso é muito importante consultar um médico antes de dar início a qualquer tipo de tratamento.
ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE
Em muitos casos o diagnóstico tardio causa infertilidade. Isso acontece quando há acometimento das trompas, órgão que conduz o óvulo ao útero, além de poder se associar a alterações hormonais e imunológicas que dificultariam a gestação. Não podemos dizer que toda as mulheres que têm endometriose serão inférteis, no entanto, endometriose faz com que o número de óvulos seja menor e menos eficientes. A doença não inviabiliza, mas diminui a chance de gestação.
DOENÇA DA MULHER MODERNA?
Entende-se que existem mais casos de endometriose na atualidade, porque a mulher menstrua mais, já que retarda a maternidade e tem menos filhos. No início do século 20, a mulher menstruava cerca de 40 vezes e hoje tem, em média, 400 menstruações. Estresse, ansiedade e fatores genéticos também podem estar relacionados à incidência da doença. Mas os os primeiros estudos sobre a endometriose datam de 1860, embora com outro nome. No ano de 1927, o médico J. A. Sampson começou a falar que a menstruação retrógrada seria uma das causas da doença. É uma doença antiga, mas com mais acometimentos atualmente devido ao estilo de vida das mulheres modernas.
TRATAMENTO E GRAVIDEZ
Não existe um remédio ou cura para a endometriose ainda mais para quem esta querendo engravidar, mas existe uma grande variedade de tratamentos e a indicação deles vai depender de cada caso, de sintomas, da extensão do problema, portanto cada pessoa terá um tratamento especifico para sua situação.
Em alguns casos mais leves, o próprio médico não recomendará nenhum tratamento para auxiliar na fertilidade, pois dará o período de seis meses para que aconteça a gravidez de forma natural, sem intervenções. O fato é que endometriose e gravidez, são condições distintas que o corpo deve aprender a lidar mas, caso não ocorra, poderá ser indicada a cirurgia para retirada da endometriose, que inclusive – caso o especialista acredite ser pertinente – poderá ser realizada na própria laparoscopia, resolvendo a situação dando o diagnostico e já retirando o problema.
Após a retirada das aderências que causam a endometriose, é esperado que engravide no período de ate 1 ano após a cirurgia. Após esse tempo o endométrio começará a crescer novamente dificultando a fertilidade novamente. Por isso, ficar de olho no problema pode facilitar a redução da endometriose e consequentemente facilitar a gravidez.
As chances de uma mulher que sofre de endometriose engravidar são de 30 a 60% para casos moderados, e de 35% para casos mais graves, portanto não desanime do seu sonho, enquanto tiver 1% de chance você deve sonhar e tentar. Procure um medico de sua confiança, inicie seu tratamento e acredite que você irá conseguir. Endometriose e gravidez, sinônimo de persistência da mulher.
EXEMPLO DE PERSISTÊNCIA E VITÓRIA
A atriz Fernanda Machado é o mais recente exemplo de superação da doença e realização do sonho da maternidade. Casada há 11 meses com o empresário americano Robert Riskin, Fernanda Machado está esperando o primeiro filho. A novidade foi contada pela atriz em seu perfil no Instagram.
Em depoimento ao blog de ajuda e compartilhamento de casos de endometriose – ENDOMETRIOSE E SAÚDE – a atriz disse:
Bom dia gente! Desde que dividi com vcs a alegria de que vou ser mamãe, recebi muitas mensagens lindas de
mulheres que como eu são portadoras da Endometriose, dividindo comigo suas experiências, suas dores, suas alegrias e muitas me pedindo ajuda. Eu não podia deixar de ajudar, como posso, por isso venho aqui contar um pouquinho do meu caso, acho que venci a Endo, pq descobri a doença numa fase inicial, acompanhei, tratei e resolvi fazer a cirurgia no momento em que percebi que corria o risco de perder um ovário. Por isso meu conselho é que fiquem atentas ao seu corpo, procurem um bom médico, especializado em Endometriose. Sei que não é fácil, mas não desistam! Acreditem, confiem!!! Quero mandar todo o meu amor para aquelas que estão sofrendo com as dores físicas e emocionais que essa doença traz. E aproveito para agradecer todos os médicos que me acompanharam nessa jornada Dr. Marco Aurélio Oliveira e Dr. Maurício Lorenzatto e tantos outros que me ajudaram a realizar o meu maior sonho, o de ser mãe!!!! #euvenciaendometriose #sonhodesermae
PALAVRA DA COLUNISTA
É isso amigas! É nunca desistir do sonho, buscar ajuda médica incansavelmente e, claro, namorar bastante!
É uma jornada por vezes demorada, sofrida, mas vale a pena. Ler depoimentos como este da Fernanda, pode te encorajar e te fortalecer na luta – pelo menos é o que eu espero! Além disso, fale com o Papai do Céu (Deus). Ele age mesmo quando todas as chances são contra, e até desmentindo a opinião médica. Assim como Ana e Sarah – grandes mulheres da bíblia – que não podiam ser mães e Deus deu isso a elas, sei que pode ser assim com você que me lê agora e pode estar agoniada, ansiosa, triste e perdendo as esperanças. Com a ajuda médica correta, e Deus agindo em sua vida (se você der essa chance a Ele), tenho certeza que o sonho de ser mãe é possível sim! Torcendo por você.
One thought on “Endometriose e o sonho da gravidez”
Quiropraxia Clinica - Tratamento da Coluna Vertebral
Muito bem explicado. E de muita importância para vários casais.