Hoje vamos falar um pouco sobre um método contraceptivo que ainda é pouco compreendido entre as mulheres: a pilula do dia seguinte.
Segundo o Dr. José Bento do programa Bem Estar da Rede Globo:
A pílula do dia seguinte, ao contrário do que muita gente pensa, não é mais um método anticoncepcional: é contracepção de emergência. Como o nome diz, é para ser usada em situações extremas: quando a camisinha rompe ou em casos de estupro. É o único método que pode ser usado depois da relação sexual desprotegida.
No entanto, o que se vê, são mulheres que usam este método como contraceptivo frequente. Tem muitas mulheres que acham que podem tomar toda vez que fizerem sexo sem camisinha e, desta forma, não precisam pensar em ficar tomando a pilula convencional todo santo dia. Mas não é bem por aí!
É importante frisar que a contracepção de emergência é um método de controle de natalidade para ser usado ocasionalmente; em situações de emergência. De forma alguma a pílula do dia seguinte deve ser usada habitualmente, como substituta dos métodos tradicionais de controle de natalidade.
Geralmente, a PDS (Pilula do Dia Seguinte) está indicada para uso em apenas duas situações:
- Se você teve relação sexual vaginal ACIDENTALMENTE sem a proteção de nenhum método anticoncepcional (camisinha, DIU, pílula, implante, diafragma…) nas últimas 120 horas.
- Se você nas últimas 120 horas teve relações sexuais e usou um método anticoncepcional de forma incorreta ou se o mesmo sabidamente apresentou falhas. Isto inclui as seguintes situações:– Camisinha que estourou, que foi usada de modo incorreto ou que saiu do pênis durante o ato sexual.
– Mulher que normalmente toma pílulas anticoncepcionais contendo estrogênio e progesterona e se esqueceu de tomar a pílula por dois dias seguidos.
– Mulher que normalmente toma pílulas anticoncepcionais contendo apenas progesterona (chamada de minipílula) e atrasou sua tomada em mais de três horas.
– Mulher que normalmente usa injeções de acetato de medroxiprogesterona (também chamado de Depo-Provera®) e atrasou sua injeção mais do que duas semanas.
– Mulher que normalmente usa adesivos anticoncepcionais e os retirou antes ou depois do tempo programado.
– Diafragma ou preservativo feminino que se rompeu ou saiu do lugar.
– DIU que saiu acidentalmente.
Devemos ter todo o cuidado para não banalizar o uso da pílula do dia seguinte, não só porque ela não é tão efetiva quanto os métodos de controle de natalidade tradicionais, como também porque a dose de hormônios contida na mesma é mais elevada do que nos anticoncepcionais comuns, podendo causar efeitos colaterais graves se usada repetidamente.
Se você – repetidamente – se encontra em uma das situações acima, que indicam o uso da pílula do dia seguinte, é porque está fazendo tudo errado. Procure seu ginecologista para receber orientações sobre controle de natalidade e aprenda a fazer isso de modo responsável.
COMO AGE A PDS
No Brasil a pílula do dia seguinte mais usada é composta por levonorgestrel 0,75 mg (marcas mais comuns: Postinor-2®, Pilem®, Pozato®, Diad®, Minipil2-Post® e Poslov®).
O levonorgestrel é uma progesterona sintética, que atua como método contraceptivo de emergência por três mecanismos:
– Inibe a ovulação.
– Impede a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
– Impede que óvulo fecundado se aloje no útero.
Dentre os três mecanismos acima, a inibição da ovulação é o mais importante, daí a necessidade de tomar a pílula o mais rápido possível.
Basicamente o que a pílula do dia seguinte faz é alterar o ciclo menstrual, antecipando o momento da menstruação.
QUANDO NÃO SE DEVE USAR A PDS
Seu uso é contra-indicado para mulheres com hipertensão descontrolada, problemas vasculares, doenças do sangue e obesidade mórbida e que estejam amamentando, pois o medicamento passa para o leite e pode fazer mal ao bebê.
O mercado disponibiliza dois tipos de pílula do dia seguinte: uma cartela com apenas um comprimido de 1,5mg de levonorgestrel e outra com dois comprimidos de 0,75mg da substância.Como se trata de um método de emergência e não de prevenção, a dosagem da pílula, independentemente do tipo, é um turbilhão de hormônios.
MESMO TOMANDO, PODE ENGRAVIDAR?
A eficácia da pílula gira em torno dos 97%. Isso se levarmos em conta que ela seja tomada nas primeiras 24 horas após o ato sexual. É perfeitamente possível que a mulher engravide, afinal, a pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo habitual, mas de emergência. O corpo não está preparado para ela.
EFEITOS COLATERAIS
A pílula do dia seguinte é um medicamento extremamente seguro, se tomada de forma correta. Não há relatos de efeitos colaterais graves. Mas, mesmo se considerarmos o uso esporádico da pílula do dia seguinte como um parâmetro normal, ainda é possível que ela cause efeitos colaterais. Pode causar dores de cabeça e no corpo, náuseas, diarreia e vômito.
Na maioria das vezes, a pílula altera o fluxo normal da mulher, desregulando a menstruação. Dependendo do dia em que foi tomada, a pílula pode provocar sangramento ou mesmo retardar a menstruação.
É possível que o uso frequente possa interferir nas reações do corpo. Sem dúvida, uma dose imensa de hormônios como a da pílula do dia seguinte pode engordar, mas só através de uma avaliação individual é que será possível confirmar.
COMO TOMAR
Para o tipo que tem apenas uma pílula, basta tomá-la até 72 horas depois do ato sexual. Para aquela que vêm em duas doses, a primeira deve ser tomada logo após o coito e a segunda, depois de 12 horas.
SOBRE A AÇÃO ESPERADA DO MEDICAMENTO
A maioria das mulheres menstrua cerca de 1 semana após o uso da pílula. Se a menstruação não tiver vindo 3 a 4 semanas após o uso da pílula do dia seguinte, a paciente deve fazer um teste de gravidez.
É importante salientar que o efeito da pílula é garantido apenas para aquela relação sexual que motivou o seu uso. Se a mulher voltar a ter relações desprotegidas após ter tomado a pílula, não há como garantir seu efeito anticoncepcional.
INFERTILIDADE E OUTRAS COMPLICAÇÕES
O uso frequente deste método emergencial pode causar infertilidade, afinal, o medicamento provoca uma descarga hormonal muito intensa em curto prazo. Entretanto, em longo prazo, pode causar a gravidez ectopia (gravidez nas trompas). Além disso, também prejudica o funcionamento do aparelho reprodutor feminino e dificulta futuras gestações. Por isso, é prudente evitar o uso frequente. Só em emergências mesmo!
Se a mulher ingerir a pílula com frequência e em um curto período de tempo, o recurso pode não funcionar como método de emergência. O perigo é que, com o uso abusivo, a pílula pode perder o seu propósito, ou seja, a mulher pode engravidar, pois o medicamento quebra o ritmo hormonal.
One thought on “Pílula da Emergência”
knippelgi
Adorei o post! Bjs