Quanta diferença, né?
Mas acho que nosso corpo reflete nossa vida, nossos momentos… Não dá pra ser

Uma auto imagem distorcida leva a exageros estéticos
igual sempre. Não dá pra apagar certas marcas que ganhamos ou as cicatrizes da alma, por exemplo, porque isso faz parte de quem somos. Dá pra se valorizar e se encantar com cada fase, lembrando que elas fazem parte de um contexto muito especial de nossas vivências, como ter filhos, passar por mudanças emocionais, comer bastante porque realmente é bom, dar aquela relaxada no visual porque cansa sempre ter que ser perfeita, etc. Por que se martirizar ou sofrer? Mas tem gente que sofre, e muito! Tem gente que leva a aparência do corpo a extremos e exageros que em si não levam a nada, só a uma busca de satisfação pessoal que nunca chega. Por isso vemos tantas mulheres por aí que fazem tanta plástica que ficam irreconhecíveis e mais horríveis que se tivessem continuado como estavam. Nossa busca desmedida pela beleza externa nos torna por vezes bizarras e cada vez mais infelizes, porque na verdade o que nos falta não está por fora, mas por dentro. Não é um seio maior ou lábios mais carnudos que te fará mais bonita, acredite! (basta ver a imagem para saber que isso que eu disse é verdade, kkkkkkkk).
Sério gente, estando mais cheinhas ou mais magrinhas, com ou sem ruguinhas, com o nariz mais saliente ou pequenininho, de seios pequenos ou fartos… Não importa! Podemos transbordar felicidade e segurança pessoal, e as pessoas vão notar exatamente isso: nossa beleza que transborda e reflete no semblante, não o tamanho do nosso manequim ou qualquer outra coisa que você não goste em si mesma.
Um dia posso voltar a ser gordinha, porque sou muito indisciplinada para fazer dieta e não tenho um tostão para fazer academia ou lipo, hehehe. Controlo como dá e sem neura! Mas, com certeza não serei infeliz, porque sei que dá pra ser bonita e feliz sem um corpo perfeito. Eu curto cada fase minha e não fico neurótica com quilinhos amais ganhos nas férias, por exemplo. Depois fecho a boca, faço uns exercícios e compenso para voltar ao normal.
Não consigo enxergar como dá pra ser feliz vivendo de privações e sacrifícios 100% do tempo. A gente fica até chata! Não posso isso, não posso aquilo… Isso não é vida, é escravidão! E ser escravos da beleza nos faz vazios e infelizes ao longo do tempo, porque não fomos feitos para isso. Fomos feitos para nos realizar em coisas que trazem relevância para nossa vida: comer uma pizza entre amigos, um bolo gostoso no aniversário dos nossos filhos, aquele churrasco de domingo com a família. Se a gente se priva demais, perde momentos preciosos (mesmo sabendo que bons momentos nem sempre precisam estar ligados a comidas calóricas, hehehe). O lance é curtir com equilíbrio e parcimônia. Posso me dar a esses prazeres, mas não preciso cair de boca!
Mas tem gente que sofrem demais para alcançar o corpo perfeito. Já tentaram de tudo,

Campanha pela Real Beleza Dove
fazem de tudo, se sacrificam passando fome, ou juntando altíssimos valores para fazer plástica. E mesmo assim, parece que nunca estão contentes, porque não se enxergam de maneira saudável e consciente. A auto imagem dessas pessoas é distorcida e baseada em mentiras inconscientemente colocadas na cabeça delas pela sociedade, pelos “amigos” ou a família e, claro, pela mídia.
Será mesmo que é preciso se “matar” tanto assim para ter o que acham que representa o ideal? Será que realmente existe um corpo ideal? Eu sinceramente penso que não. Penso que é possível ser maravilhosa, bonita, sensual, atraente, sexy e etc, mesmo não cabendo num jeans 38, ou tendo aquelas celulites e/ou estrias de estimação, por exemplo. Porque eu tenho as minhas, tá? (risos).
Parando para me lembrar aqui, eu estava feliz vestindo 44/46 como eu usava, e sou feliz vestindo 38/40. Isto porque a felicidade não pode estar baseada em coisas transitórias e mutáveis – como nosso corpo – mas em coisas seguras e que não se perdem com o tempo, como nossa alma, nossos valores, nossa fé e o que fazemos com tudo isso em nossa vida. Comecei a me preocupar com esse tipo de coisa e acaba que todo mundo me pergunta o que eu fiz nos últimos anos para perder peso, para mudar tanto para melhor a ponto de parecer até mais jovem que quando eu tinha meus 25 anos. Sabem o que eu respondo?: “Sei lá! Eu só tentei ser feliz e mudei coisas importantes dentro de mim. Acho que foi isso.” E foi realmente isso.

2012 – com a Milena aos 2 meses. Já vestindo manequim 40.
Ter minha segunda filha me fez repensar muitas coisas na minha vida. Eu perdoei pessoas que eu precisava, eu corrigi defeitos meus de caráter (e faço isso até hoje, porque sempre devemos nos auto avaliar), me aceitei mais como eu sou, eu aprendi a sorrir mais, a ser mais humilde perante a vida e as pessoas. Aprendi a buscar a Deus de todo o meu coração e de forma desinteressada, não como um gênio da lâmpada que faz o que eu quero (como muitos fazem, aliás). Busco intensamente entender Seus propósitos e tento colocar em prática da melhor forma que consigo tudo o que sei que Ele espera de mim. Enfim, foi isso que eu mudei. Isso e amamentar muito! (risos). Não sei se ajudou, mas – de verdade – não me lembro de começar nenhuma dieta radical ou de passar fome, e me matar de malhar para perder esses 10kg amais do que eu tinha antes da gravidez e que estou mantendo eliminados até hoje (e não sei até quando vou conseguir manter). Eu controlo a alimentação, claro, e deixo de comer muita porcaria, mas estou bem com isso porque faz parte de como sou. Sei que estou deixando uma pizza hoje, por exemplo, para não ganhar quilos amanhã, mas mesmo isso não faço como um martírio. E quando precisa, com a família num fim de semana, como sem culpa até matar a fome! É a atitude interna que mudou, e é isso que faz toda a diferença. Eu creio ser assim! Não estou ditando uma regra, apenas contando minha experiência.
Temos muito o que aprender sabe…Principalmente sobre nos amar de verdade, não só com frases bonitas escritas debaixo de fotos no instagram fazendo biquinho de pato na frente do espelho, mas lá dentro, no fundo da alma, e dispostas a continuar se amando e se valorizando mesmo se os quilos amais vierem, se as rugas chegarem e o cabelo embranquecer. Eu já tenho tudo isso, mas me acho muito mais bonita do que aos 20 e poucos anos, porque tenho procurado me enxergar de dentro para fora e me transformar sempre dessa mesma maneira.
Sinceramente, pra você que vive encucada(o) com seu corpo; com sua aparência: será que realmente vale a pena ceder à ditadura do corpo/aparência ideal? Não seria muito melhor prestar atenção no que podemos fazer de bom pelo nosso caráter, nossa alma, nossas escolhas de vida (inclusive quanto à alimentação, se for o caso) e nossos valores, e deixar que essas mudanças reflitam em todo o resto naturalmente? Porque refletem, posso garantir que refletem. Sou prova viva que vos escreve!
Tenho me observado há anos, e cada mudança externa minha refletiu uma realidade interna que eu estava vivenciando. Nosso corpo fala, e quanto a isso nem existe discussão, porque livros e estudos científicos vêm provando tal fato a cada dia. Somos por fora o que vivemos por dentro, ponto.
A beleza (seja lá como ela seja de fato), vem do que temos experimentado dentro de nós. Não é atoa que se diz que a beleza interna é a mais importante. É porque sem ela, não temos como ser bonitos sequer por fora. As pessoas que transbordam alegria, amor próprio, equilíbrio e vida espiritual bem direcionada são sempre bonitas, e você sabe que é assim porque conhece (com certeza) pessoas que nem exibem o corpo ideal ou tem lá seus defeitinhos, mas você acha linda. Por que será? É por causa da beleza de dentro.
A dica que deixo é: não tente ser uma modelo que atende ao que é imposto pela sociedade e seus padrões equivocados de beleza. Não fique se matando de malhar, morrendo de fome, juntando rios de dinheiro para plásticas ou chorando escondido no quarto com a porta do armário aberta, porque não consegue entrar naquela calça de 38 ou porque acha que não tem roupa porque está gorda. (quem nunca?). Ao invés disso, tente ser uma pessoa contente por coisas que importam mais do que isso (família, amigos, saúde, etc), mais equilibrada emocionalmente, saudável espiritual e fisicamente, faça exercícios sim, para ter uma saúde melhor e ficar tudo no lugar, faça coisas de maneira excelente em tudo que puder, transborde em gentileza, amor, não tenha medo de errar e assumir suas mazelas para depois mudar o rumo e, acima de tudo, não se envergonhe do que é ou de como está!
Não tenha medo do seu corpo e de tudo o que ele tem. Tenho certeza que essa atitude interna vai refletir tanto no seu exterior que mesmo estando gordinha ou magrinha, com isto ou aquilo de que não gosta, você sempre será chamada linda pelos que te cercam. Quer coisa melhor? Eu descobri ao longo dos anos que essa beleza é mesmo a melhor, e é nela que invisto sempre em primeira instância.
Obs. Este post não é contra quem vive em academia ou fazendo dieta. É contra quem faz tudo isso e ainda assim é infeliz e vive insatisfeito que acaba caindo até em exageros. Se você é feliz fazendo tudo isso e sabe a medida certa (mantém o equilíbrio), é o mais importante. Busque se sentir bem consigo mesma, esse é o ponto. Se sentir bem é o foco. Viver deprimido com o próprio corpo é o ponto negativo a ser evitado. Mas se você é “ratinha” de academia e curte, seja feliz! Malha mesmo que libera endorfina, hehehe. Se você ama viver de dieta e faz isso sem neuras, vai fundo minha amiga, e depois me conta suas conquistas. Grande abraço!!