Sempre gostei de roupas pretas. A minha mais remota lembrança sobre a cor foi minha mãe e eu andando na extinta Cooperativa Bradesco e pedindo um vestido preto para comprar. Mamãe explicou que roupas pretas era para mocinhas, e talvez por isso insisti tanto durante toda a infância para ter roupas preta, porque o preto representaria um marco da minha infância para a adolescência. A Cooperativa Bradesco era espécie de uma loja de departamentos dentro da Cidade de Deus em Osasco, local aonde até hoje fica a matriz do Bradesco. No térreo tinha uma espécie de supermercados, nos outros andares que dava acesso por uma rampa, tinha roupas e artigos para casa. Na minha recordação não existia meu irmão que é três anos e meio mais novo que eu, então faz muito tempo…
Depois quando entrei na faculdade de moda em 2000 preto já era uma cor comum para mim. Eu me achava punk e entendia que na faculdade de moda poderia “vender” uma espécie de anti-moda para os punks que nem eu. Lembro-me de quando tinha 12 anos de idade pegava o ônibus escondido da minha mãe com minha amiga e ia para o centro de Osasco distribuir panfletos que começava assim, A gente é completamente contra a moda, essa massifação f*da que aliena a juventude. A multimídia só quer ganhar dinheiro e ninguém toda atitude… . Não memorizei o restante, o texto não era meu mas o digitei muitas vezes por achava bárbaro. Nesse panfleto anti-consumo tinha meu telefone e de minha amiga, queríamos fazer um grupo de anarquistas indignados com o sistema, o que conseguimos foram centenas de ligações em nosso telefone fixo (não existia celular) e nossas mães proibiram uma de andar com a outra, porque o problema nunca é o filho da gente. Coisa de rebeldia adolescente. Mas na faculdade de moda todas os alunos vestiam preto. Achei tedioso, tosco e nada criativo. Daí fui incorporando o pink chiclete no meu vestuário e amei, nessa época era minha cor favorita. Até que em 2012 entrou uma garota no Big Brother Brasil, ela se intitulou como PINK e usava looks completamente pinks. Achei too over e o pink ficou escondido no meu guarda-roupas por alguns anos, embora ame de paixão a boneca Barbie.

Tati Pink BBB5
Quando me mudei para Nova York eu usava cinza no lugar de preto. Claro que eu tinha roupas pretas, mas a cor que mais encontrava no meu guarda-roupas era o cinza, depois o azul bic, o marinho, talvez o pink e o verde palmeiras. Minhas roupas de outwear eram pretas, mas roupas do dia a dia não eram pretas. Comecei a trabalhar em backstage precisava de uma calça preta e uma tee (que na minha época de adolescente chamávamos de baby look) preta. Eu não tinha nada na minha mala que fosse inteiramente preta, lembrando que me mudei para Nova York somente com duas malas grandes, no Brasil eu tinha. Corri para comprar um look de backstage. Chegando lá descobri que as pessoas não eram tão básicas assim e que tinham peças incríveis pretas. Logo pedi para minha mãe mandar tudo preto que tinha no Brasil para mim, e minhas compras passaram a serem mais pretas, como da época punker.
Com minha mãe em Curitiba em 2001
Uma cor que nunca gostei foi o branco. Tenho pouquíssimas peças brancas e hoje em dia prefiro as usar quando estou bronzeada, e sempre combino com uma coleira preta, prata ou dourada, sempre algo para o branco não refletir e não me deixar sem graça. Assim como tem pessoas que ficam mais bonitas de preto, algumas fica mais bonitas de branco. Aliás, fiz muitos cursos de consultoria de imagem, alguns sobre cores e preto não combina com tudo e nem com todo mundo, ao contrário que muitos pensam. Taylor Swift, por exemplo, em minha opinião não combina com a cor preto, mas ela fica diva de branco.
No entanto, amo preto e branco. Não só por ser a cor do meu time Corinthians e isso me fez estar exposta as cores. Mas acho a combinação elegante e interessante. Gosto tanto que, na minha festa de aniversário de 2010 pedi para todos os convidados irem de branco e preto. O resultado foi mágico e visivelmente é a minha festa de aniversário que mais gosto, principalmente porque todos entraram na brincadeira.
Tudo isso só para falar minha relação com a cor e mostrar mesu presentes novos, uma jaqueta bomber e um top da Nike. Fazia muito, muito e muito tempo que queria essa jaqueta, Mohammad sabia e me surpreendeu com o presente, o mesmo vale para o sutiã de ginastica. Queria um top branco para usar com algumas peças que não tenho usado porque meus não combinam. Mas não queria um inteiramente branco, porque branco em mim é sem graça. Os tops da Nike nunca têm bons descontos e eu sempre ficava com dó de gastar mais de 20 doletas num sutiã.
No meu primeiro curso de consultoria de imagem lembro que a professora mandou a gente ir na loja de tintas, pegar esses papeis com numeração de cor e montar uma coleção com as dez cores que mais combinam com a gente. Eu não evito laranja, amarelo, vermelho, marrom e bege, embora tenha roupas nesses tons, mas não acho que me favorecem. O branco a professora insinuou que tinha que estar na coletânea de todo mundo. Separei (1)preto, (2)cinza chumbo, (3)azul marinho, (4)azul bic, (5)verde (6)palmeiras, (7)bordô, (8)pink Barbie, (9)roxo e (10)branco. Na verdade, não era só falar qual era a cor que mais gostávamos e sim dentro da família de azul marinho, por exemplo, qual combinava com o meu tom de pele, olhos e cabelos. Sou considerada uma cor fria, de inverno e com alto contraste. Expliquei que minha lista só tinha branco porque ela falou que deveria ter, ela olhou todas as minhas cores e disse que todas estavam perfeitas para mim e que poderia eliminar o branco da minha vida, já que não gostava. Aliás, esse curso introdutório eu me senti muito orgulhosa, pois a professora sempre me usava de exemplo e dizia que eu acertava nas escolhas das minhas roupas, altura dos colares, cores. Na época caprichava e como minhas roupas eram limitadas, anotava a roupa que tinha ido em cada aula para não as repetir. Coisas que só estudante de moda faz. Esperançosa naquela época eu tinha certeza que moda era para mim, confesso que hoje estou um pouco desanimada.
Para academia, ginastica, natação e todos os outros esportes que já pratiquei incluindo capoeira, sempre preferi preto, meus tênis de malhar em geral são pretos com um detalhe branco. Recentemente comprei um azul com rosa, mas praticamente não uso. Preto é vida!
Vou relembrar algumas vezes usei preto com branco… fotos do meu Facebook.
2 thoughts on “Preto no Branco”
Ana Maria
Que legal,amei seus comentários e fotos…Quando voltas ao Brasil?Bjs
Debora Wolf
Obrigada, não sei quando volto! Acabei de receber o visto para mais um ano!