Porque eu quis! – é sempre a minha resposta.
Se você acha que vai passar despercebido dessa pergunta infame ao optar por um cachorro de raça e não um de abrigo, saiba que você está enganada. As pessoas são mais indiscretas e intrometidas do que a gente imagina! E sim, isso virá de pessoas que nem imaginamos, por isso apenas ignore, sorria e siga a sua vida feliz!
Eu possuo gatos há mais de 20 anos! Os primeiros gatos que adotei foram o CJ e o Billy Joe que foram abandonados por sua mãe felina. Mas eles não sobreviveram. Depois adotei a Judy, que era a filha da gata da minha tia. Que foi uma gata achada na rua. Judy viveu comigo por anos. Ela era muito peluda e linda! Em 2000 adotei a Kessy, um gato que comprei num pet shop de um bairro de Osasco, ela me custou 30 reais. Veio cheia de sarna. Ambas as gatas mudaram comigo quando fui estudar em Florianópolis. Depois em 2001 adotei a Magali, ela foi um dos poucos gatos de pet shop que não paguei nenhuma taxa para adotar. Ela era de Florianópolis. E na velhice, sem sombra de dúvidas, foi o gato que mais gastou. A gente cuidou dela até o fim com o melhor tratamento do mercado, e ela sobreviveu a doença renal muitos anos a mais que o veterinário previa. Em um ano o custo de vida dela dava para comprar um carro de luxo, dinheiro gasto para tentar dar uma vida melhor a ela. Em 2013 adotei a Lunna e Lolla de uma casa de rações em Varginha. Daquelas bem porcarias, com galinha, coelhos, codornas e cheiro de coco. Paguei 80 reais por cada. Elas estavam tão debilitadas que saíram da casa de rações direto para o veterinário. Sendo que Lunna ficou 15 dias internada. A gente nunca achou que Lunna ficaria um gato bonito de tão judiada que ela estava. Graças a dedicação minha e da minha mãe, ela ficou linda. Me mudei para os EUA em 2014. Tentei trazer minhas gatas para cá, mas as gatas idosas o veterinário disse que não daria autorização e minha mãe não queria dispor das branquinhas. Em 2017 adotei a Penélope em Allentown, na Pensilvânia. Vi aquela gatinha resfriada na frente do pet shop e eu pensei em cuidar dela. Foi o gato mais inteligente que tive. Seis meses depois ela morria de um vírus incurável e eu digo que até hoje eu não me recuperei, chorei escrevendo esse post. Em menos de um ano, perdemos Magali aos 17 anos e Kessy aos 18 e a Penélope de 1 ano. Minha mãe diz que Kessy começou a ter doença cardíaca após o desaparecimento da Magali, ela já era paciente renal, então não durou muito. Daí em 2017, eu adotei a Nirvana em East Windsor, e Anja em Ocean City. Ambas no estado de Nova Jersey. Minhas gatas são tratadas com muito cuidado e zelo. Comida de primeira, cuidados veterinários, vacinação e tratamento contra pulgas e vermes regulares. Elas têm closet, cômoda, arranhador, brinquedos, carrinho de bebe, elas têm cama (de gato) que ficam no topo da cama de humano (ou sofá). Elas são tratadas melhor que muito bebe humano por aí e já até ouvi críticas por isso, que deveria ajudar crianças. Quando viajo contrato baba para mantê-las em casa, porque gato não gosta de sair de casa como cachorro. E mesmo você em um espaço de 20 anos tendo ajudado 10 gatos que eram de rua as pessoas ainda acham no direito de te apontar “maldito cachorro de raça”.
Mas vem cá, o que você faz pelos animais? Além de ter ajudado 10 gatos em condição de rua, me tornei vegetariana aos 13 anos de idade sem nenhum conhecimento sobre nutrição e todo mundo dizendo que ia morrer. Sabe porquê? Por compaixão aos animais mesmo. Na época minha mãe foi contra, eu basicamente comia salada e macarrão (que eu cozinhava). Nunca adoeci e só fui contar proteínas acredito que depois dos 30 anos, quando quis emagrecer. Minha preocupação nunca foi minha saúde, eu queria só salvar animais. E para mim é uma hipocrisia quem diz gostar de animais mas os assassina para comer. Talvez você goste de alguns animais como cachorro, gato ou até cavalo, mas isso não te faz um apaixonado por bichos.
Pensei que adotaria um cachorro de abrigo!
Essa hipótese nunca se passou pela minha cabeça. NUNCA!
Primeiro porque minha prioridade sempre foi minhas gatas. Sabia que incluir um cachorro na vida delas poderia ser traumático e eu queria fazer da melhor forma. Então pensei em adotar um cachorro menor ou do tamanho delas, de uma raça que ia bem com gatos para o cachorro não machucar minhas gatas. Se bem que eu acho os gatos muito mais violentos e capazes de machucar, mas elas não sabem disso e em geral tem medo.
Outra preocupação era o espaço. Vivo num apartamento de 70 metros quadrados e já tenho duas gatas. Então um cachorro miniatura seria o melhor. Filhotes de abrigos a gente nunca sabe o tamanho que vai ficar. Poderia adotar um adulto? Mas eu precisava treinar o cachorro a se adaptar com as gatas, fazer as necessidades no lugar certo, o que é mais fácil com um cachorro filhote. Fora a burocracia que é para adotar aqui em Nova York, as gatas já foram super dificil, isso porque tem gatos sobrando em abrigos, mas eles fazem tipo um leilão de candidatos. Aqui em NYC existem pomeranians para adoção, não só essa raça, mas como muitas outras.
E é obvio, viajo muito. Não só de avião para o Brasil, mas por aqui nos EUA de carro mesmo. E os hotéis tem limitação de tamanho de cachorro. Para o cachorro voar na cabine também tem restrição de tamanho, e somente cachorros miniaturas ou pequenos tem esse privilégio. Minha cachorra pesa 2kg, minha gata Anja 6 e Nirvana 4. A altura da cernelha das gatas e cachorrinha são bem parecidos, com a diferença que as gatas têm um comprimento de corpo muito maior. Amja precisaria fazer uma dieta para voar na cabine.
Por fim, precisava de um cachorro peludo e que aguentasse o frio de Nova York.
Por que um Lulu da Pomerania?
Eu me apaixonei pela raça nos anos 2000 com a onda de cachorros miniaturas, como Miniature Pinscher, Chihuahua, Yorkshire Terrier e Lulu da Pomeranina acredito que difundido principalmente pelo filme Legalmente Loira e Depois Paris Hilton.
Sendo que para mim, o Lulu da Pomerania é um dos mais fofinhos (fiquei na dúvida entre o Yorkshire, mas me disseram que ele é mais fedido). Talvez se tivesse espaço ficaria entre um Husky Siberiano ou Setter Irlandes, porque queria muito um cachorro para correr comigo, mas esse não era o caso.
Por que adotei um cachorro?
Porque minhas gatas não são tão companheiras como Judy, Kessy, Lunna ou Penélope. Nirvana não gostou de mim desde que me viu pela primeira vez. Quando a moça do abrigo a me entregou, a peguei nos braços e ela ficou tão agitada que o Mohammad, meu marido, a pegou. Com meu marido ela ficou quieta e até hoje eles são unha e carne. Mas Nirvana sempre me ignorava e vivia debaixo da cama, daí adotei a Anja, que até se relaciona comigo, mas fica muito com a Nirvana também. Daí quando eu tive minha gravidez ectópica e eu fiquei três meses acamada e as gatas quase não ficavam comigo e eu não podia carrega-las para a minha cama. Eu me senti muito sozinha. Até pensei em adotar um gato a mais, mas não tinha garantia que ele não se juntaria as outras gatas, então comecei a querer um cachorro. Porque cachorros são mais simpáticos por natureza. Eu li muito como um cachorro ajuda mulheres que sofrem o drama da perda de um bebe, e no meu caso não perdi só meu bebe, gravidez ectópica leva consigo parte do nosso sistema reprodutor e nossas chances de engravidar.
Informação Avassaladora
Para as pessoas pro-adoção da vida tenho que fazer uma revelação importante! Meu sonho é ter um gato da raça bengal, mas isso não elimina o meu sonho de adotar uma gata prenha e ficar com ela e toda a ninhada, adotar um Lulu da Pomerania de cada cor… e aqui uma confissão. Todas as vezes que vou a algum lugar com adoção de gatinhos, sempre tento convencer o meu marido de adotar um gato a mais. Também já pedi para meu marido me pagar uma faculdade de veterinária só para ser mais barato ter tantos bichos. Eu amo os animais de fato, e se pudesse e tivesse dinheiro para dar uma vida decente a eles, teria muito muito mais.