
Julieta hoje, após o banho.
Quando comprei a Julieta com 2 meses de idade pouco sabia sobre as regras para importar um cachorro do Brasil para os Estados Unidos. Adotei minha cachorrinha na paixão, apenas por tê-la achado linda na jaula.
Chegando em casa e conferindo as regras dos EUA percebi que não viajaria com a cachorra a não ser que ela completasse 4 meses. Os Estados Unidos são rigorosos com a regra, somente cachorros com vacina de raiva pode entrar em seu território caso o animal venha do Brasil. Para importar animais de outros países há outras regras. Tentei duas vezes fazer um pedido ao “CDC Animal Imports (
cdcanimalimports@cdc.gov)” de importação especial antes dos quatro meses, até me predispus a fazer teste sorológico de raiva, mas fui negada ambas as vezes. Disseram que o Brasil estava infestado de “raiva”.
Então fomos para o processo normal. Enquanto esperávamos a cachorra fazer três meses, os Estados Unidos só aceitam a vacina de raiva tomada aos três meses porque antes disso segundo o CDC a vacina não tem efeito, a cachorrinha contraiu giárdia, com essa doença postergou em mais 15 dias o dia que ela podia tomar a vacina, atrasando ainda mais a nossa viagem. Existe outra regra sobre a vacina de raiva, a vacina tem que ser dada no mínimo um mês antes da viagem, ou seja, só viajaria aos 4 meses e 15 dias. Outras vacinas não tem a menor importância para o processo de importação de cachorros e gatos. Para os EUA o microchip também não é obrigatório.

Antes do check-in.
A primeira coisa que fiz para iniciar o processo da viajem da Julieta foi ligar na Latam e reservar o lugarzinho dela. No entanto, eles só confirmam se foi autorizado a viajar com o cachorro com 48h de antecedência, sendo que só pode dois animais por voo. É bem desconfortável não saber se seu animalzinho vai poder viajar com você ou não. Mas como minha cachorra viajou como animal de suporte emocional (ESA), no final não usei esse serviço. Mas comecei esse processo também antes da autorização de voar como ESA. O preço para voar com um cachorro na época eram 250 dólares (São Paulo para Nova Iorque) e poderia ser pago na véspera (quando recebesse a autorização) ou no dia da viagem.
Informações da Latam:
Telefone para ligar do Brasil: 0300 570 5700
Telefone para ligar dos EUA: 1 (888) 235-9826

Antes de levar bronca porque cachorro não pode andar no chão do aeroporto.
Documentos para o cão
Então cinco dias antes da viagem você precisa ir ao veterinário e pegar um atestado médico que o pet foi imunizado contra raiva, tomou remédio de verme e está clinicamente ok para viajar. Eu também achei meio corrido fazer isso tão perto do voo, mas são regras e não tem nada que a gente possa fazer. No meu caso inclusive 5 dias antes do voo tinha um final de semana, então na prática eu teria apenas 3 dias úteis para resolver toda a papelada da cachorrinha. No final, deu tudo certo.
O veterinário que fui foi em Alphaville, o
Tutti Cane, a veterinária Milena e Gabriela nos encontrou varias vezes antes de viajar, para as vacinas (dei as vacinas do Brasil, mesmo não sendo obrigatório para a viagem) e para o tratamento de giárdia. Então 5 dias antes da viagem fui ao hospital veterinário com a cachorra pedir o atestado médico. A consulta foi rápida, e o preenchimento do formulário também. Gastei 100 reais com esse documento e achei bem barato.
Depois você precisa pedir o CVI (Certificate of Veterinary Inspection) que pode ser feito
on-line ou presencial na Vigiagro. Na época que fiz o meu certificado só podia fazer on-line para viagens pra os Estados Unidos, todos os outros países o pedido precisava ser presencial. Se você tiver dúvidas, segue o e-mail deles:
cvi.vigiagro@agricultura.gov.br.
Não consegui contato por telefone, mas o e-mail eles responderam bem rápido. Como nos meus cinco dias antes da viagem incluía um final de semana, escrevi para saber se daria tempo para fazer o documento, já que pedem 48h para a confecção do atestado. Eles me informaram que o serviço de análise e emissão do CVI on-line para EUA é 24 horas, 07 dias na semana e pode ser feito de 5 a 2 dias da data da viagem. Então preenchi o formulário logo após sair da consulta do meu veterinário em Alphaville!
Após preencher o formulário no site da VIAGRO pelo celular recebi um email de confirmação aonde poderia acompanhar o meu caso. Eles checam as informações e documentos e se está tudo ok, te manda a carta em formato PDF e você só precisa imprimir para mostrar no aeroporto do Brasil e quando chegar nos Estados Unidos. Consegui a carta da Vigiagro no mesmo dia que preenchi o formulário, eles são bem rápidos.
Emotional Support Dog
Se você quiser viajar com seu cachorrinho como animal de suporte emocional (ESA) como eu fiz, você precisa de uma carta feita pelo um profissional qualificado, geralmente um psiquiatra ou psicólogo (eu fiz nos EUA, não sei como são as regras do Brasil) a carta não pode ser mais antiga que um ano e também precisa justificar porque você precisa viajar com um cachorro de suporte emocional. A Latam me pediu para levar uma guia e fucinheira, que são processos padrão, mas não foram usadas. Fui em diversas Petz, Cobasi e outros pet shops e não encontrei fucinheira pequena o bastante para um Lulu da Pomerania de 4 meses. Leve a fucinheira, porque foi a primeira coisa que a aeromoça me perguntou se tinha. ESA não precisa de caixa ou bolsa de transporte, pode viajar no seu colo, mas para evitar a fadiga, comprei uma caixinha nas especificações da Latam. Se você tiver viajando com a Latam, aqui estão as regras de viagem com pet:
https://www.latam.com/en_us/travel-information/traveling-with-pets/
Bolsa para carregar

Nossa bolsa de transporte.
Como queria precaver qualquer problema para viajar com minha cachorra, fiz os processos tanto o tradicional como o especial para cachorro de suporte emocional. Para um cachorro viajar sem ser de suporte animal, ele precisa de uma bolsa rígida ou flexível. Eu comprei a minha flexível na
Americanas.com. Coloquei no Google “bolsa pet de viagem Latam” e apareceram algumas opções. Aconselho mesmo que for viajar como ESA ter a bolsa, primeiro porque no aeroporto de Guarulhos, por exemplo, o cachorro não pode andar no chão. Depois e mais confortável para a cachorra quando você for locomover grandes distâncias, a minha cachorra é muito pequena e tenho certeza que ficaria cansada. Na aeronave eu estava naqueles bancos de 3 passageiros sem ninguém do lado, ela foi dormindo num dos bancos a viagem toda. Coloquei fralda de cachorrinha nela para os comissários não implicarem e deu tudo certo.

Julieta dormindo na caixa antes de saber que não teríamos “vizinhos”)

Julieta se comportando como humana.
Comportamento da Julieta

Julieta me dando beijos.
Antes de viajar eu fui ao veterinário e pedi a indicação de um remédio para ela não vomitar no carro. No carro ela foi super sonolenta e me arrependi de ter dado o remédio, achei que ela poderia inclusive morrer. Como o aeroporto de Guarulhos é longe da minha casa, estavamos em Alphaville (Santana de Parnaiba) ao chegar no aeroporto ela já estava mais ativa. E foi um sucesso no check-in, tirando inclusive fotos com os funcionários da Latam, coisa que ela ama é ser muito paparicada.
Depois ficou quietinha na sala de embarque, mas sem dormir. Muita gente se aproximou dela para mimar e fazer perguntas. Na hora do embarque fiquei confusa, estava com uma carry on de rodinhas, minha bolsa pessoal e a sacola da cachorra. Por isso falei que é bom tem aonde carregar, se ela estivesse no chão andando para todos os lados ficaria pior.
Chegamos no avião e tive a sorte de não ter passageiros do meu lado, então tivemos 3 bancos para a gente. Deitei de conchinha com ela e ela veio dormindo a viajem toda praticamente. A Julieta é um cachorro muito ativo, de noite ela despenca. Porque sabia da tensão da viagem para ela, só levei treats que ela ama para comer e ela comeu. Não latiu em momento algum e não fez xixi ou coco. A levei inclusive no banheiro do avião para ver se ela se animava no chão e nada.

Ela dormiu pesado.

Dormindo Juntas.
Quando desembarcamos fomos levadas para a temida salinha. Nesse momento a fechei na bolsa, foram poucos minutos mas ela não gostou e latiu. Na bolsa tirei a fralda dela e coloquei o tapete higiênico, e assim ela fez xixi.

A gente no banheiro do avião.
Na salinha o oficial me pediu a carta do atestado médico em inglês CVI (Certificate of Veterinary Inspection), emitida para Vigiagro e a vacina de raiva. Nada mais. Fomos liberadas rápido.
Ao pegar minhas malas e me dirigir a saída do aeroporto, o beagle latiu para mim, o oficial viu que eu tinha um cachorrinho e um outro oficial me pediu para acompanha-lo. Novamente apresentei a carta da CVI (Certificate of Veterinary Inspection) e a vacina de raiva. Esse oficial me perguntou a idade do cachorro. Em nenhum momento eles pediram para ver a cachorra, para ver se o que estava falando era verdade.
Saímos felizes do aeroporto porque deu tudo certo para a gente! Obviamente com Julieta tremendo um pouco!

Julieta indo para casa, pela primeira vez no carro do pai.

Primeira foto com a irmã

Julieta essa semana em NYC
É chique ser discreto, não perguntar coisas que não lhes dizem respeito. Isso sim é ser elegante.
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