Engraçado como a gente cresce com as situações…
Antes, eu era uma pessoa que tornava todos os meus relacionamentos pesados, forçados e difíceis. Eu era intragável mesmo, e admito. A típica mártir e dramática das relações. As pessoas fugiam de mim e eu sei disso (risos).
Hoje – e principalmente depois de me tornar mãe – sou uma pessoa que presa pela leveza das relações. Tenho horror a relacionamentos “obsessivos”, por assim dizer. As crianças nos ensinam que tudo pode ser simples, leve, gostoso… Por causa do que tenho vivenciado dentro de casa, tenho transferido para minhas amizades e relações um conceito de vivência mais simples, desprendido, agradável, com mais cumplicidade e menos cobranças exageradas. Hoje meus relacionamentos simplesmente acontecem e ficam porque é tudo mais espontâneo, como quando observo as relações das minhas filhas com seus amiguinhos. Criança não tem neura com amizade, não fica cobrando atenção, não fica chateada por muito tempo com o colega, porque as brigas às vezes se resolvem no mesmo dia. É esse tipo de vida que eu quis pra mim e tenho investido nisso. Recomendo!
Por já ter perdido amizades por ser como eu fui, eu realmente aprendi a manter certa distância emocional saudável que permita a mim e meus amigos nos sentirmos todos confortáveis, por que relacionamentos não precisam ser um fardo, algo que temos que suportar ou carregar como um “carma” espiritual. Também não precisamos bancar as eternas babás de nossos amigos, porque não é disso que eles precisam. E mesmo se tivermos que cobrar alguma atitude em algum momento – quando pisam na boa, por exemplo – tem como falar a verdade e exortar EM AMOR e de forma a não pressionar e forças as pessoas ( #FicaADica). Eu tenho mudado muito nessa parte – de ser meio “pronto-falei” e de ficar apontando o dedinho para tudo o que fazem – e isso me trouxe uma vida muito feliz e saudável emocionalmente. Pra falar a verdade e não bancar a “perfeita”, hoje em dia sou eu que ando fugindo de pessoas que tornam tudo pesado demais. Eu não deveria fazer isso, eu sei, porque essas pessoas problemáticas em suas relações precisam de amigos que as entenda, mas agora eu é que vejo como esse comportamento faz mal, e não quero mais isso nem pra mim, nem pra vida de quem eu amo. De complicada já basta a vida, né?
Com as meninas que encantam a minha vida – minhas filhas de 2 e 9 anos – não sou apenas mãe e educadora. Também sou uma pessoa comum e aprendiz. O que descubro em minha convivência com elas, tem me ajudado a ser uma pessoa mais feliz, equilibrada e aberta para a vida e sua simplicidade. Se pararmos para pensar, normalmente é a gente mesmo que complica tudo. Nós escolhemos manter comportamentos insanos em nossa vida e depois ainda temos a ousadia de reclamar: de solidão, de depressão, de má saúde. É como a velha premissa bíblica: o que a gente planta, a gente colhe. Para colher relacionamentos sadios, nós precisamos encarar o mundo de forma mais sadia, como o fazem as crianças.