Todo mundo fica mega ansioso para conhecer o novo bebê da família, da melhor amiga e etc. Mas, as vezes, na euforia de conhecer, acaba fazendo “o(a) inconveniente”. É gente que transforma a maternidade numa festa, leva uns cinco amigos junto consigo e nem se liga que isso não é do agrado da mãe, sem falar no risco para o bebê, que não pode conviver com tanta gente em seus primeiros momentos de vida, pois não foi vacinado e pode pegar doenças mais rápido que a gente que já tem imunidade desenvolvida. Isso acontece muito em famílias grandes, mas precisa ser evitado!
A questão é que nessas horas tem que segurar a ansiedade e raciocinar sobre tudo o que a mãe deve estar passando naquele momento e o quanto talvez sua visita seja agradável ou não – dependendo da forma ou do momento que ela seja feita.
Eu mesma abro aqui para vocês que espero o bebê completar um mês ou mais para fazer visita. Já passei por dois partos e tive duas adaptações de rotina e cuidados com minhas bebês para tomar por base e dizer que não é fácil gente… De verdade! Ainda mais quando a mãe passa por cesárea, tá tentando fazer a amamentação engrenar e conhecendo a personalidade do filhote e o que cada chorinho dele quer dizer. A mãe mal dorme, as vezes nem consegue comer direito, sente dor, desconforto, tem a readaptação hormonal… Imagina deixar a casa toda arrumada, receber as visitas e ainda por cima fazer cara de feliz nessas horas? Complicado! Sobretudo porque tem momentos que a gente quer mesmo é chorar, rsrs (só abrindo a realidade aqui pra vocês!).
A gente sabe que todo mundo quer ver o bebezinho, mas quem é consciente mesmo, espera a melhor hora e sabe que essa hora não é na maternidade muitas vezes – que é o local reservado para a família mais íntima, ou seja, os avós e o pai do bebê geralmente. Também não é aconselhável visitar nas primeiras semanas, que é o período de recuperação pós parto, adaptação ao bebê, bem como período das primeiras imunizações (vacinas) para que ele receba visitas de forma segura e não pegue nenhuma doença oportunista que você ou outra pessoa pode passar sem perceber.
Mas vamos lá às regrinhas para não errar então:
1. Não vá à maternidade se estiver resfriado, com febre, doenças respiratórias ou contagiosas. Não visite o bebê enquanto não estiver são. E não adianta ir e falar que não vai chegar muito perto porque está meio resfriado(a) porque é a mesma coisa que nada. Gripe se pega pelo ar e se você está no ambiente, pode passar a doença, mesmo que não toque na criança ou olhe mais de longinho para ela, então comporte-se e não vá!.
2. Pergunte ao casal quando e onde eles preferem receber sua visita. Ah sim… e não banque a melindrosa, não critique pelas costas em rodinhas de amigas e nem se faça de ofendida se eles pedirem para você visitar depois de um mês ou dois, hein? Só comentando porque tem muita gente assim, rss. O fato é que cada um sabe onde seu calo aperta e o que é melhor para si e os seus, portanto respeite a decisão dos pais e não leve para o lado pessoal.
3. Seja breve e não leve a galera para visitar a mamãe! Maternidade não é lugar de “caravanas” de visitação. Na verdade, eticamente falando, só deve ir à maternidade os avós do bebê, o pai e no máximo um ou dois casais mais íntimos da família! Lá é um ambiente hospitalar para repouso e recuperação pós parto e deve ser mais reservado para os íntimos.
Quanto a quantidade de pessoas dentro do quarto, o ideal é sempre duas visitas por vez pela regra do bom senso. E mesmo se a visita for na casa da mamãe, a regra ainda se aplica. Menos é mais!!
Quanto ao tempo de visitação, na maternidade, não ultrapasse 15 minutos (se você for da família mais íntima ou amigo bem próximo do casal) e – para os demais que forem ver o bebê quando ele já estiver em casa – visite a família somente após o primeiro mês de vida por, no máximo, meia hora.
É sério gente! Não fiquem enrolando para ver se rola uma janta ou café, porque na maioria das vezes a família está “se virando nos 30” para comer todo dia e nem tem hora para nada, muito menos condição de pensar em algo mais especial para te oferecer. Tenham semancol!
4. Antes de comprar flores, verifique com o pai se a mãe gosta de recebê-las ou se há alguma contraindicação médica na maternidade. Também não dê chocolates para a mamãe, porque na fase de pós parto ela não pode come-los.
5. Não leve crianças muito agitadas, que correm e gritam pelos corredores. De preferência não leve os filhos, ponto!
Toda criança (agitada ou não) tem curiosidades, quer brincar com as coisas do bebê e mexe no que não pode, fala alto, mas acima de tudo, são fonte de transmissão de doenças oportunistas para as quais elas já estão imunizadas, mas o bebê ainda não! Então evitem mesmo levar elas, porque assim você garantirá à mamãe um pouco mais de paz também. Ela precisa disso! Deixe para levar seus filhotes quando o bebê estiver devidamente vacinado.
6. Não dê palpites sobre o jeito certo de criar ou amamentar o recém-nascido. Suas palavras de incentivo devem contribuir para a mãe descobrir um jeito próprio de criar o filho. A gente tem uma tendência de querer bancar a sabe tudo, principalmente quando já teve filhos, mas segure a onda! Deixe a mamãe descobrir seu próprio jeito de cuidar e conduzir as coisas.
7. Visitas íntimas, como mãe e sogra, devem dar suas sugestões ou esclarecer dúvidas diante da equipe médica.
Vovós, segurem a onda também. Nem tudo o que você conhece (e sabemos que sabem muito e só querem ajudar) é o ideal para o bebê, pois cada um é cada um e o bebê será cuidado pela mamãe de acordo com as orientações médicas pertinentes e o que ela achar melhor dentro de sua própria realidade de vida. Ao contrário do que as vezes vocês pensam – o médico sabe o que faz sim, e a mamãe – assim como vocês um dia – vai se adaptar e descobrir o que é melhor para o seu bebê. Como vovós, curtam bastante o bebê e mimem muito. Isso sim fará toda diferença na vidinha deles!
8. Lave as mãos ou passe álcool gel na hora em que entrar no quarto da mãe ou na casa. Resista à tentação de pegar o bebê no colo a menos que a mãe ofereça para pegar.
Esse lance de querer pegar o bebê realmente não é decisão sua, então segure a onda e não fique perguntando: “Posso segurar?“, pois você corre o risco de ouvir: “Melhor não!” e ficar com a cara no chão de vergonha! Semancol gente, SE-MAN-COL!
9. Na maternidade, retire-se do quarto caso haja alguma intervenção da equipe médica e de preferência já vá se despedindo da mamãe. Se ela for dar de mamar e você for homem, diga que vai tomar um café e volta depois. É uma questão de bom senso, porque nem toda mãe se sente à vontade para deixar outro homem que não o marido ficar olhando para os peitos dela, mesmo que para uma causa tão bonita!
Em todo caso, a maioria das maternidades já pede delicadamente para você se retirar do quarto para que eles façam procedimentos médicos ou quando o bebê vai mamar. Essa é a sua deixa para ir embora! hehehe
10. Tire foto somente com a permissão dos pais e não publique na rede social sem autorização também. As vezes os pais não se sentem à vontade com a divulgação ampla do nascimento e das fotos do seu bebê em âmbito público como a rede social ou preferem fazer as honras antes de você, então sempre pergunte.
No mais, quando for visitar o bebê, haja com discrição, não fale alto, não fique perguntando coisas sobre o parto e nem tentando ajudar quando não lhe for solicitado. Dê palavras de incentivo e carinho à mamãe e curta esse momento, que infelizmente não pode ser tão seu ainda, mas acredite, logo essa fase mais restritiva vai passar (em geral depois de 3 meses) e você poderá pegar mais o bebê, brincar com ele, trocar fraldinhas e tudo mais. Só saber agir nessa fase inicial que não tem erro!